Material Educativo

[Artigo] Aumento Capacidade de Atendimento aos Doentes Críticos em Situações de Desastres

Durante uma situação em que a demanda de doentes críticos ultrapassa a nossa capacidade de atendimento constitui-se uma situação de desastre. Nesta situação excepcional definida e reconhecida pelas autoridades de saúde e outros, será necessário ampliar a capacidade de atendimento de vítimas graves. Esta coordenação do atendimento deve ser realizada pelos profissionais intensivistas.

Durante uma situação de desastre devemos pensar nas seguintes questões chaves para aumento de capacidade de atendimento de doentes críticos (3 E’s):
Espaço: local, quantos pacientes e onde podemos melhor atender fora da UTI?
Equipamentos: Quais e quantos?
Equipe: quantitativo dos diferentes profissionais e EPI, escalas de trabalho.

A literatura sugere que as UTI possuam plano de contingência para aumento rápido da capacidade de atendimento por pelo menos 100% da capacidade habitual usando recursos locais, regionais e nacionais.

Espaço:

O cuidado do paciente crítico usual é realizado dentro da UTI. Na situação de desastres os muitos pacientes podem necessitar de cuidados críticos fora da UTI. Áreas do hospital com capacidade de monitorização como unidade de recuperação pós-anestésica, unidades cardio-coronarianas devem ser os locais preferenciais para alocação de doentes críticos. Estas e outras unidades podem servir como UTI temporária e receber preferencialmente pacientes menos críticos (sem ventilação mecânica invasiva, suporte com drogas vasoativas ou monitorização neurointensiva por exemplo). Importante levar em consideração durante o planejamento e alocação de pacientes críticos a prevenção de infecções e necessidade de organizar os pacientes em coorte, como os infectados com doença transmissível via respiratória (p. ex. COVID-19). Também é importante lembrar que as unidades e hospitais não devem trabalhar como ilhas. A possibilidade de leitos disponíveis em outras unidades e transferência de pacientes deve ser sempre avaliada com autoridades regionais e nacionais.

Também como forma de aumentar espaço é sugerido a avalição de possibilidade de suspensão/postergação de procedimentos cirúrgicos eletivos, pelo centro de comando de situação. As decisões como esta e que envolvem a triagem de pacientes para o cuidado intensivo devem ser discutidas e definidas previamente e envolver todos os possíveis interessados, com reavaliação constante, e nunca ser uma decisão individual. Os cuidados intensivos são prioritários para os doentes graves com chance de recuperação, e os doentes que não são incluídos devem receber cuidados paliativos, com todas as medidas apropriadas.

As instituições devem ter planos de contingência para transformar leitos comuns em leitos de cuidados críticos,
com estimativa de pessoal para essa cobertura.

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