UTIs Brasileiras: Registro Nacional de Terapia Intensiva do Brasil completa 10 anos
Em 2025, celebraremos uma década do projeto UTIs Brasileiras, uma iniciativa pioneira da AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) e da Epimed Solutions que transformou a forma como compreendemos o cuidado do paciente grave em UTIs no Brasil.
O que começou como um esforço colaborativo entre uma importante sociedade científica e a maior base de dados de UTIs do mundo, rapidamente se desenvolveu. Por meio de uma comunidade engajada de profissionais de saúde, pesquisadores e hospitais de referência, o UTIs Brasileiras se tornou uma rica fonte de dados online, consolidando-se como o maior e mais robusto repositório de dados clínicos de UTIs global.
Mais do que uma simples base de dados, o UTIs Brasileiras é um ecossistema de inteligência. Com milhões de internações analisadas, ele oferece insights valiosos sobre epidemiologia, desfechos e padrões de uso de recursos, que antes eram inacessíveis. Com o apoio de tecnologias de informação e análise avançada, o registro impulsionou uma nova era de benchmarking clínico, transparência e melhoria contínua na medicina intensiva.
A cada paciente registrado, o sistema se fortalece, contribuindo para práticas mais seguras, decisões mais informadas e políticas públicas mais eficazes. Não é coincidência que as UTIs participantes do UTIs Brasileiras apresentem melhorias progressivas em indicadores-chave, como mortalidade ajustada por gravidade, tempo de permanência e eficiência no uso de recursos.
Ao completar 10 anos, o registro se consolida como um motor de transformação — alinhando ciência, gestão e cuidado centrado no paciente. Seu legado já é visível: dezenas de publicações científicas, projetos multicêntricos e um impacto crescente na formação de gestores e profissionais da saúde crítica no Brasil.
Se sua UTI ainda não faz parte dessa revolução baseada em dados, este é o momento. O futuro da medicina intensiva será orientado por informação e inteligência, que se constrói com dados reais, conectados a contextos locais e aplicados à realidade dos pacientes.
Impactos práticos da existência e robustez de um Registro Nacional de UTIs
A criação e consolidação do Registro Nacional de UTIs do Brasil representa um marco estrutural para a medicina intensiva no país. Ao completar 10 anos, o UTIs Brasileiras segue os passos de registros de UTIs bem-sucedidos há décadas na Austrália, Reino Unido e Holanda, e demonstra que registros de terapia intensiva não são apenas ferramentas de coleta de dados: são catalisadores de qualidade assistencial, pesquisa aplicada e formulação de políticas públicas.
Em um país com dimensões continentais e disparidades estruturais relevantes, dispor de uma base robusta e padronizada de informações clínicas oriundas de milhares de leitos de UTI é uma conquista notável. O UTIs Brasileiras, derivado da plataforma Epimed Monitor, já reúne dados de mais de 6 milhões de internações, provenientes de UTIs públicas e privadas de todos os estados brasileiros. Esse volume e diversidade conferem ao UTIs Brasileiras uma potência única para gerar conhecimento e guiar melhorias reais no cuidado ao paciente crítico.
Melhoria da qualidade assistencial, benchmarking, apoio à gestão e eficiência hospitalar
Um dos principais impactos práticos do UTIs Brasileiras está na promoção de uma cultura de qualidade e benchmarking clínico. Ao disponibilizar indicadores ajustados por gravidade, como mortalidade hospitalar, tempo de permanência, uso de recursos e adesão a boas práticas, o registro permite que cada UTI compare seu desempenho com o de unidades similares em todo o país. Esse processo gera ciclos virtuosos de auditoria e melhoria contínua.
Dados evidenciam que UTIs que utilizam o UTIs Brasileiras aderem a programas de qualidade e apresentam mortalidade significativamente menor, mesmo após ajuste por gravidade, idade e comorbidades dos pacientes. Essa constatação reforça o papel do registro não só como um observador do sistema, mas como um agente de transformação.
Em paralelo ao impacto clínico, o UTIs Brasileiras proporciona ganhos operacionais. Ferramentas analíticas derivadas do registro auxiliam gestores na alocação de recursos, planejamento de pessoal, gestão de leitos e identificação de gargalos. Durante a pandemia de COVID-19, por exemplo, os dados do UTIs Brasileiras foram essenciais para mapear a ocupação real dos leitos de UTI, estratificar a gravidade dos pacientes e guiar decisões de alocação de insumos em tempo real.
Outro aspecto crítico é o uso do UTIs Brasileiras para avaliar a variabilidade entre práticas clínicas. Em um cenário de ampla heterogeneidade entre UTIs brasileiras quanto à admissão de pacientes com níveis de gravidade semelhantes, a compreensão do sobreuso ou subutilização de leitos e recursos intensivos torna-se fundamental.
Plataforma para ciência colaborativa e política pública
Além do impacto direto na assistência, o UTIs Brasileiras tornou-se base para uma série de estudos clínicos multicêntricos. Desde 2014, coortes como ORCHESTRA e outras iniciativas locais ou regionais vêm gerando conhecimento a partir de dados da mesma plataforma — o Epimed Monitor.
A robustez do registro também o tornou uma fonte confiável para apoiar políticas públicas. Gestores do setor público e privado têm utilizado dados do UTIs Brasileiras para monitorar indicadores centrais para o planejamento e estratégia de instituições de saúde. Em síntese, a existência de um registro nacional robusto como o UTIs Brasileiras amplia a capacidade do país de cuidar melhor de seus pacientes críticos, entender seus resultados e desenhar projetos de melhoria, resultando em cuidados intensivos mais eficientes.