[Artigo] UTIs Brasileiras: conheça o maior registro nacional de terapia intensiva do mundo
Em um cenário de crescente complexidade assistencial, a organização de uma base única de dados clínicos estruturados é essencial para analisar desfechos e processos de cuidado a pacientes críticos no país, permitindo a avaliação da eficiência e do desempenho das unidades de terapia intensiva (UTI). Adicionalmente, possibilita a implementação de processos de melhoria da qualidade por meio do benchmarking.
A base de dados de terapia intensiva de um determinado país é denominada “registro nacional de UTI”. Estes foram estabelecidos em países de alta renda há mais de 20 anos e, mais recentemente, implementados com êxito na América Latina e na Ásia. Os registros são uma rica fonte de informação para realizar pesquisas clínicas multicêntricas, para instrumentalizar processos de decisão clínica e para vigilância de doenças endêmicas, epidêmicas e de infecções por microrganismos resistentes.
Dessa forma, os registros nacionais contribuem para a compreensão da epidemiologia, case-mix e desfechos de pacientes de UTI. Além de favorecerem a melhoria da qualidade nos países, também geram informações valiosas para gestão e orientação de políticas públicas de saúde.
Em 2015, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) iniciou, em parceria com a Epimed Solutions, o projeto UTIs Brasileiras (https://www.utisbrasileiras.com/), que utiliza como base de dados o sistema Epimed Monitor UTI. A participação dos hospitais no projeto é voluntária.
Desde 2009, a base de dados do sistema tem apresentado crescimento progressivo (figura 1), contabilizando, atualmente, 1.664 UTIs no Brasil e um total de 23.233 leitos de terapia intensiva de adultos, que acumulam mais de 5 milhões de internações. A distribuição geográfica das UTIs participantes até junho de 2023 (figura 2) engloba unidades de hospitais públicos e privados de todas as cinco regiões do Brasil.
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