Material Educativo

[Artigo] O impacto da pandemia de COVID-19 na incidência de IRAS: Um estudo brasileiro

Impacto do Covid nas IRAS

 

A pandemia da doença de coronavírus 2019 (COVID-19) causou uma crise de saúde em todo o mundo. Além de todas as mortes ocasionadas pela Covid-19, os casos mais graves, que necessitaram de tratamentos intensivos, podem ter evoluído com infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS).

Um estudo brasileiro avaliou o impacto da pandemia de COVID-19 na incidência de IRAS em unidades de terapia intensiva brasileiras. Os autores realizaram um estudo ecológico chamado:

Infecções relacionadas à assistência à saúde na unidade de terapia intensiva em 21 hospitais brasileiros durante os primeiros meses da pandemia da doença por coronavírus 2019 (COVID-19): um estudo ecológico

Ele foi publicado em março de 2022, no Infection Control & Hospital Epidemiology e comparou pacientes adultos admitidos na UTI de abril a junho de 2020 (período de pandemia) com o mesmo período de 2019 (período pré-pandemia) em 21 hospitais brasileiros de 6 estados diferentes (São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Ceará, Pernambuco e Maranhão). Foi utilizado teste de soma de postos com sinal de Wilcoxon em uma análise de pares para comparar as diferenças entre os períodos pandêmico e pré-pandêmico dos seguintes indicadores de IRAS: densidade de incidência Infecção primária de corrente sanguínea laboratorialmente confirmada (IPCSL) associada a cateter central, pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) e a proporção de microrganismos que causaram IRAS e o consumo de antibióticos (DDD). Segundo os autores, os dados para o estudo foram enviados pelas equipes de controle de Infecção de cada hospital e a definição de IRAS seguiu os critérios epidemiológicos baseados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), adaptado das definições e critérios de vigilância do CDC/NHSN para IRAS.

Os resultados mostraram apenas um aumento significativo na incidência mediana de IPCSL durante a pandemia: 1,60 (IQR, 0,44–4,20) vs 2,81 (IQR, 1,35–6,89) (P = 0,002). Já na PAV não foi detectado diferença significativa na incidência entre os 2 períodos. Houve também um aumento significativo na proporção de IPCSL causada pelos microrganismos Enterococcus faecalis e Candida spp durante a pandemia, embora apenas esta última tenha mantido estatísticas significativas após correção para comparações múltiplas.

Para continuar lendo, clique abaixo e faça o download do arquivo gratuitamente.