Material Educativo

[Artigo] Organização de UTI: staffing e processos nos cuidados do paciente sob VM

Organizacao-de-UTI-capa.jpg

Quando avaliamos os pacientes sob ventilação mecânica (VM) nas UTIs brasileiras, observamos que, antes da pandemia, estes representavam em torno de 15% dos pacientes em UTIs privadas e 30% em UTIs públicas. Durante os anos de 2020 e 2021, esses números praticamente dobraram, impactando diretamente nos índices de mortalidade.

Em 2022 retomamos um padrão mais próximo da normalidade, uma vez que o volume de internações por COVID-19 foi reduzido drasticamente e o curso da doença tornou-se mais benigno, considerando a ampla vacinação, o uso de corticosteroides e o melhor manejo clínico global. Ainda assim, apesar desse cenário nos trazer certo alívio, é necessária uma avaliação crítica dos desfechos sob a ótica dos números gerados por grandes bases de dados, como os projetos UTIs Brasileiras e LOGIC.

No Brasil, pacientes sob VM ainda possuem mortalidades médias acima de 40% e internações de longa duração na UTI. Como já discutido anteriormente, parte desse resultado pode ser atribuído a uma elevada taxa de complicações relacionadas aos processos de cuidados nas UTIs, sobretudo às infecções associadas a cuidados de saúde e uso excessivo de sedativos, bem como à maior taxa de eventos adversos de modo geral.

No entanto, em artigos anteriores, observamos que melhorar a implementação de processos de cuidados e de protocolos baseados em evidência, tem forte associação com a redução da mortalidade e da duração da internação na UTI. Portanto, por que não os implementamos amplamente? Quais são as barreiras e como superá-las?

Além de boas evidências, cuja implementação é consensual, os protocolos precisam de pessoas. Evidências oriundas de grandes estudos contemporâneos e multicêntricos realizados no Brasil, como o CHECKLIST-TRIAL e os estudos ORCHESTRA, reforçam essa problemática. Tais estudos foram realizados em mais de uma centena de UTIs em todas as regiões do país, incluindo hospitais públicos e privados.

Em 2015, um estudo avaliando aproximadamente 60.000 pacientes demonstrou que, quanto maior o número de protocolos de tratamento e prevenção implementados, menor a mortalidade global dos pacientes de terapia intensiva. Além disso, o estudo também revelou que nas UTIs onde a implementação desses processos de cuidado era multiprofissional, os resultados eram ainda melhores.

Para continuar lendo o artigo “Organização de UTI: staffing e processos nos cuidados do paciente sob VM”, clique abaixo e faça o download do arquivo gratuitamente.

BAIXE O MATERIAL