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[Artigo] Conheça o perfil de pacientes sob ventilação mecânica nas UTIs brasileiras e os desafios para melhorar seus desfechos

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Os pacientes que necessitam de ventilação mecânica (VM) invasiva na UTI representam um perfil de pacientes de elevada gravidade cujos desfechos permanecem ruins em nosso meio (1). A despeito dos avanços tecnológicos e de uma tendência à melhoria da mortalidade global, quando analisamos os dados de UTIs públicas e privadas no Brasil através do www.utisbrasileiras.com, observamos que as taxas de mortalidade de pacientes sob VM seguem muito elevadas e o consumo de recursos por parte deles é substancial.

Para compreendermos o porquê de mortalidades elevadas nesse contexto, precisamos analisar globalmente o perfil de pacientes (case mix), a estrutura disponível nas UTIs e os processos de cuidados utilizados no tratamento desses pacientes. Essa análise pode ser feita do ponto de vista acadêmico, revisando a literatura, em um estudo científico ou ainda ser realizada como parte das atividades de gestão de uma UTI, onde essa análise pode ser efetuada pelos dados do sistema Epimed.

Quando analisamos o perfil de pacientes, é essencial entender quais são os diagnósticos, tipos de internação, gravidade inicial de doença, falências orgânicas e os antecedentes dos pacientes. Estudos observacionais mostram que, entre pacientes internados em UTIs públicas e privadas no Brasil, esses aspectos são determinantes nos desfechos (1,2).

Seguramente, a gravidade de doença e as falências orgânicas (medidas por escores como SAPS 3 e SOFA, respectivamente) representam uma parte substancial que explica a mortalidade elevada. No entanto, sabemos que não é somente a gravidade, mas sobretudo a nossa capacidade de reverter as falências orgânicas que determina os desfechos. Nesse sentido, pacientes com menor reserva funcional (tais como aqueles com múltiplas comorbidades graves e presença de fragilidade) representam uma população de risco elevado, tendo em vista que a sua reserva orgânica já é baixa, mesmo antes de serem acometidos por uma doença aguda que os leva à UTI (2).

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