[Artigo] Vigilância epidemiológica em hospitais: monitoramento e ações preventivas
A vigilância epidemiológica hospitalar é um componente fundamental da segurança do paciente, permitindo a detecção precoce e a implementação de medidas preventivas para reduzir a incidência de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2022), aproximadamente 8,9% dos pacientes hospitalizados globalmente adquirem pelo menos uma IRAS, sendo essa taxa ainda maior em países de baixa e média renda, onde pode ultrapassar os 15%.
Essas infecções aumentam significativamente a morbidade, a mortalidade e os custos operacionais das instituições de saúde. À vista disso, a implementação de um Programa de Controle de Infecção (PCI) robusto é fundamental para mitigar esses riscos.
A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) coordena as ações do PCI, garantindo a aplicação de diretrizes baseadas em evidências científicas e regulamentações vigentes. Estudos mostram que hospitais com PCIs estruturados podem reduzir as taxas de IRAS em até 50% ao combinarem vigilância ativa, monitoramento automatizado e gestão eficiente do uso de antimicrobianos (CDC, 2023).
Adicionalmente, os avanços tecnológicos vêm transformando a forma como a vigilância epidemiológica é conduzida atualmente. A integração de sistemas informatizados para monitoramento contínuo permite uma análise mais ágil e precisa dos dados epidemiológicos, possibilitando respostas rápidas a potenciais surtos e a otimização de estratégias preventivas.
Além disso, a cultura institucional de segurança do paciente tem evoluído, promovendo maior engajamento das equipes assistenciais na adoção de medidas de prevenção, como a adesão às precauções padrão e o uso racional de antimicrobianos (ECDC, 2023).
A mudança de cultura nas organizações tem se mostrado indispensável para fortalecer a vigilância epidemiológica e garantir a sustentabilidade das ações preventivas. Iniciativas como treinamentos contínuos, auditorias internas e feedback em tempo real têm demonstrado impacto positivo na redução de IRAS e na melhoria dos desfechos clínicos.
Hospitais que investem na capacitação de seus profissionais e no uso de tecnologias inovadoras conseguem não somente prevenir infecções, mas também otimizar recursos e melhorar a qualidade da assistência prestada (OMS, 2023).
Para conferir outros materiais educativos, clique aqui.